Analisa as relações de poder que, porventura, ainda exista no Hospital Dia da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna tendo em vista a Reforma Psiquiátrica instaurada no Brasil. Pauta-se no que se chama de “observação participante”, um método mais próximo da etnografia, originado na Antropologia, cita falas, descreve fatos e situações presenciadas e registradas nas reuniões técnicas, assembléias, reuniões administrativas e em outros espaços coletivos. Inicia descrevendo o funcionamento do HD, apresenta a Reforma Psiquiátrica evidenciando seus valores e conceitos organizativos no Brasil e no Pará, sequencialmente traz a teoria de Foucault sobre a concepção de poder e o paradigma da disciplina relacionando-a com a reforma psiquiátrica. Finaliza com a análise acerca do cotidiano do funcionamento do HD, argumentando que apesar da reforma na assistência psiquiátrica o HD ainda se apresenta e acordo com o paradigma da disciplina conforme descrito por Foucault, utilizando-se de táticas e estratégias de tal forma a intensificar a normalização e a disciplinarização dos corpos e com isso constrói uma subjetividade que se afasta das singularidades dos sujeitos impossibilitando o que preconiza a Reforma, ou seja, a valorização do sujeito, sua fala, suas condições de vida e sua participação na assistência recuperando sua autonomia e sua competência social refletindo suas conquistas possíveis. Conclui que os profissionais do HD precisam de um referencial teórico para repensar e questionar seus saberes e práticas que não seja apenas o da psiquiatria, para pensar suas relações com os pacientes e familiares, principalmente no que se refere aos conceitos de vínculo, transferência e reforma psiquiátrica.
Hospital Dia, Subjetividade e Relações de Poder: Um Estudo de Caso
Cristina Bastos Alves Lins
Orientador(a)
Ernani Chaves
Curso
Psicologia
Instituição
UFPA
Ano
2007