Como um fenômeno da recém-urbanidade, as locomotivas a vapor modificaram o imaginário em diversas esferas. No Brasil, essas ferrovias foram promovidas por meio de pressão capitalista externa, porém o fato inegável foi o poder que os trens tinham de mobilizar e criar cidades. A presente pesquisa tem como objetivo investigar o estatuto dos trens como patrimônio e como elemento da memória em dois artigos. No primeiro, analiso o patrimônio ferroviário da região Norte, mapeando pesquisas acadêmicas que abordam temas transversais sobre a Estrada de Ferro de Bragança, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e a Estrada de Ferro Tocantins em dissertações, teses e artigos (1983-2024). No segundo artigo, exploro as vozes e lembranças associadas a uma Caixa d’água remanescente do período da Vila Operária, que surgiu em função da Estrada de Ferro de Bragança (EFB), para assim estabelecer sua biografia. Os resultados revelam que o patrimônio ferroviário é polifônico e que a agência entre pessoas e coisas se manifesta de maneira política, mas sobretudo afetiva, habitando as paisagens da memória daqueles que vivenciaram a era das ferrovias.
Quando o Trem Passa e o Vestígio Fica: O Patrimônio Ferroviário na Amazônia
Jully Monike Garcia
Orientador(a)
Marcia Bezerra de Almeida
Curso
Antropologia
Instituição
UFPA
Ano
2024