No contexto da disseminação do pensamento racial no século XIX e início do século XX, muitos países ocidentais inciaram a construção de suas identidades nacionais. Para isso, homens de letras e cientistas começaram a estabelecer uma classificação que englobaria todas as populações humanas em vista de um ideal civilizatório nacional. O presente estudo, intitulado “Arthur de Gobineau nos trópicos : recepção e a interpretação dos pensamentos raciais no Brasil e Haїti (1880-1930)” analisa esse processo em dois países das Américas com grandes contingentes de pessoas “de cor”. Estes, apesar de suas recepções divergentes do pensamento racial em voga na época, baseado na idéia de pureza, fizeram da miscigenação as principais características de seus povos. A miscigenação, tão marcante no Brasil e, a um grau menor, em Haiti, seria uma resposta ao racismo através de uma reinterpretação, uma adaptação ou uma total rejeição das teorias raciais vindas da Europa. Pretende-se mostrar aqui o quanto pensadores brasileiros e haitianos debruçaram-se sobre o fenômento da miscigenação para compreender a complexidade da “mistura” de culturas e pessoas de diversas origens, resultante da dinâmica de uma primeira globalização entre os séculos XVI e XVIII.
Arthur de Gobineau aux Tropiques : La Réception et l’interprétation des Pensées Raciales au Brésil et en Haïti (1880-1930)
Mackendy Souverain
Orientador(a)
Karl Heinz Arenz
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2019
