O presente trabalho tem como objetivo analisar a atuação do tribunal da Junta das Missões e o governo dos índios na Capitania do Maranhão entre 1720 e 1757. Para tanto, busca-se compreender como a implantação do referido órgão no norte da América portuguesa fez parte das estratégias sociopolíticas da Coroa lusitana no processo de expansão de sua monarquia de caráter pluricontinental na região. De fato, a Junta das Missões foi de suma importância não somente para a atividade missionária, cujo intuito era a conversão dos índios em cristãos e vassalos do rei, mas também para as metas econômicas, pois constituiu o principal órgão deliberativo acerca das formas legais – resgates, descimentos e guerras justas – de arregimentação da tão necessária mão de obra indígena. O tribunal em estudo se configurou, assim, como uma interface administrativa de constante debate entre os diversos agentes coloniais. Composto por representantes da Coroa, das ordens religiosas e da autoridade eclesiástica secular, o órgão corroborou a legitimação da expansão do projeto colonial por meio da propagação da fé e, mais concretamente, auxiliou na aplicação da justiça referente à (i)legalidade dos cativeiros e, sobretudo, das liberdades dos índios do Maranhão. Neste sentido, o presente trabalho enfoca, de forma particular, o recurso de numerosos indígenas à Junta das Missões para obter o reconhecimento de sua própria liberdade e/ou a de sua prole.
Malhas da Liberdade: O Tribunal da Junta das Missões e o Governo dos Índios na Capitania do Maranhão (1720-1757), Nas
André Luís Bezerra Ferreira
Orientador(a)
Karl Heinz Arenz
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2017