Este estudo trata do contato cultural e linguístico ocorrido entre missionários jesuítas e as nações indígenas durante o primeiro século de ocupação portuguesa na Amazônia
colonial (1622-1693). Insere-se, sobretudo, na análise da problemática em torno dos usos da Língua Geral na conversão dos indígenas. Afirma-se que os missionários da
Companhia de Jesus foram os principais responsáveis pela gramaticalização, estandardização e disseminação desta língua oriunda do tronco linguístico Tupi. Em
decorrência disso, o principal argumento desta dissertação é o de que o recurso do improviso e da adaptação foram características essenciais na metodologia de utilização e
disseminação deste idioma. Nesse processo, foram elaboradas obras de cunho catequético-linguístico (catecismos, gramáticas) que visaram auxiliar o trabalho de
missionação dos inacianos. Esses missionários, nas aldeias e colégios, estandardizaram a Língua Geral com a finalidade da conversão dos indígenas. Porém, este idioma ultrapassa os limites da conversão religiosa e torna-se o principal meio de comunicação entre os diversos agentes que compõe a sociedade colonial na América portuguesa. No que concerne aos indígenas que falavam a Língua Geral, atentamos para o fato de que era possível a estes indivíduos adquirir certo prestígio social quando atuavam como
intérpretes, por prestígio entendemos o direito a sua liberdade ou mesmo de permanecerem vivos.
Apomomboé Ucár Çupé (Faço com que seja mestre, e ensine a gente): Missionários Jesuítas e os Usos da Língua Geral na Amazônia Portuguesa (1622-1693)
MARCELO BARGE RODRIGUES
Orientador(a)
Karl Heinz Arenz
Instituição
UFPA
Ano
2021